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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As armas do cristão - Parte II



“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudopermanecer inabaláveis.” Ef. 6.13

Algo importante para lembrar
Como foi visto na última aula, o cristão renascido através do sangue poderoso de Cristo deve tomar posse do armamento que está à sua disposição para que consiga atacar seu adversário e, depois de tudo permanecer firme (Ef. 6.13). Mas, para que isto possa ocorrer é necessário que, além de saber atacar, saiba defender-se das setas malignas, das ações contrárias de seu inimigo, das investidas do exército oponente, utilizando o material bélico ¹ necessário para tal investida. Com tudo isto é possível verificar o quão necessário é saber manusear bem toda a autoridade que foi recebida na conversão ao Senhor Jesus (Mt. 28.18-20).
Armas de defesa
Não adianta apenas saber atacar. É necessário que se saiba defender antes que perca a batalha sem ter a oportunidade de combater. Assim como o cristão possui armas para o ataque contra o seu opositor, ele tem e deve saber utilizar da maneira correta as armas para defender os princípios implantados nele no momento de sua decisão por servir a Cristo e tê-lo como seu único Senhor (II Co. 5.14-21; Ef. 2.1-16; 4.24; I Pe. 1.3-9). Da mesma forma que foram apresentadas as três principais armas de ataque, será observada a tríade ² fundamental que compõe a defesa do cristão. São elas: A fé, o amor e a submissão (em todos os seus aspectos).

“A fé é a certeza das que coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem.” Em Hebreus capítulo 11, versículo 1 observa-se esta definição para esta pequena palavra. No entanto, não seria somente isto o significado para este vocábulo ³. A Bíblia foi escrita originalmente nos idiomas hebraico, aramaico e grego, vindo daí suas traduções e versões até chegar ao livro que se possui nos dias de hoje. Quando escrito o Novo Testamento, a palavra traduzida por fé era Emuná que tem um significado bem mais profundo que este, dizendo que a fidelidade de Deus é eterna, por isso em II Coríntios 4.18 declara que não atentamos para as coisas que são visíveis, porque estas são passageiras, mas as invisíveis são eternas, como a fidelidade de Deus é interminável. A fé é crer na fidelidade de Deus (Hb. 10.23), esperar com paciência no Senhor (Sl. 40.1; Mt. 12.18-21), descansar nos Seus braços de amor (Sl. 91.1; Mt. 11.29), depender completamente dEle, como bons filhos (Mt. 23.37; Lc. 13.34b).
A fé é o princípio da vida cristã, pois, sem ela é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6a). Aquele que reconhece o senhorio de Jesus Cristo na sua vida necessita de fé (crer que Ele é fiel – II Tm. 2.13; Hb. 11.6b) para viver e se defender dos maus pensamentos (Ef. 6.16), dos desejos carnais (Gl. 5.16-25), das tentações maléficas 4 (Mt. 4.1-11), das setas que voam dia e noite (Sl. 91.5), dos intuitos do coração humano, que são maus (Jr. 17.9). Se a base da fé de um pessoa não estiver na Palavra de Deus, esta estará distante dos propósitos de Deus (Jr. 17.5-7; Os. 4.1, 2, 6; 6.3; Hb. 11.6) e não poderá experimentar das melhores coisas que o Senhor tem preparado para aqueles que esperam por Ele (I Co. 2.4-13). O que nos faz vencer este mundo é a nossa fé em Deus e na Sua Palavra (I Jo. 5.4).
O amor
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, ele jamais acaba...” – I Co. 13.7-8a. Com este texto o apóstolo Paulo queria que todos entendessem que o ser humano não foi criado para viver sozinho, mas para que tenha comunhão com seu semelhante, assim como com seu Criador. Para viver junto a outros, deve-se entender que cada um tem sua maneira peculiar de pensar, agir e responder às situações. Por esta razão todos devem se respeitar, em amor, sabendo dos limites do outro.
Muitas pessoas vivem uma vida derrotada não porque deixam de orar, jejuar, ler a Bíblia ou ir à igreja, mas porque não conseguem se desprender do rancor, da mágoa, do ódio e de outros sentimentos semelhantes a estes que afastam uns dos outros; A Bíblia ensina diferente: não se paga o mal com a mesma moeda (Mt. 18.15-18; Rm. 12.9-21; Ef. 4.25-32). Seria muito desagradável se os vencedores não tivessem com quem compartilhar suas experiências de vitória. Deus quer que os homens estejam unidos em um único propósito (Jo. 17.11), assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um.
Muitos não conseguem discernir o verdadeiro significado desta palavra porque não conhecem a sua essência – Deus. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” – João 3.16. Somente aqueles que conhecem a Deus podem reconhecer Seu amor e viver em amor (I Jo. 4.7-21; 5.1-3). Aqueles que amam não têm o que temer, porque já não vivem mais para si e sim para os outros (Rm. 12.10; I Jo. 3.16). É bom levar em conta o que é tratado a respeito deste sentimento na primeira carta aos Coríntios, no capítulo 13: O amor não é invejoso, não é soberbo 5 (v.4); muitos quando vêem a vitória do outro sentem-se mal. O amor não busca os seus interesses (v.5); não se alegra com a injustiça, mas com a verdade (v.6); Estude este capítulo, atentamente. Só vence aquele que ama continuamente, de verdade (I Tm. 2.15).
A submissão
Talvez seja a coisa mais difícil a ser feita pelo ser humano: submeter-se a outro semelhante. No entanto, ele deve se submeter a diversas pessoas. Observe:
  •          Aos líderes
Muitos acham que não devem se submeter a determinadas pessoas porque se consideram mais capacitadas para estarem em seu lugar – Hb. 13.17.
  • Ao próximo
Alguns estão tão machucados ou magoados por algo que tenha acontecido que encontra dificuldades enormes em considerar o outro mais honrado (Fp. 2.3). O próprio senhor Jesus deu o exemplo que uns devem considerar os outros como superiores (Jo. 13.15); na verdade, todos são iguais, mas quando se considera o outro maior, automaticamente a recíproca 6 é verdadeira.
  • Aos governantes
A Palavra de Deus nos ensina que o cristão não deve só submeter-se mas também abençoar os governantes e as autoridades – ver Romanos 13.
  • Ao marido
As esposas devem saber respeitar os limites dos cônjuges e vice-versa, sabendo que o homem deve também considerar as limitações de sua companheira – ver Efésios 5.22-33.
  • Aos pais
Os filhos devem saber que seus pais têm uma experiência de vida muito maior que eles, podendo assim levá-los a aprender algo para seu futuro. O primeiro mandamento com promessa, constante na Bíblia é este: honrar aos pais (Ef. 6.1-2); sendo que Deus promete prolongar os dias daquele que o faz. Ainda que o pai esteja, aparentemente, errado na sua decisão, deve ser respeitado.
Concluindo
É impossível para o cristão vencer sem saber se defender. Seu inimigo sempre vai querer colocá-lo em situações na qual deverá depositar a sua fé naquele que o arregimentou 7 para o exército, demonstrar que ama com atitudes, não somente com palavras e honrar ao outro, invés de buscar reconhecimento para si.
Aquele que vive desta maneira poderá vencer todas as suas batalhas e, depois de ter vencido todas, permanecer firme.






Glossário
¹ bélico = próprio da guerra.
² tríade = conjunto de três coisas.
³ vocábulo = palavra que faz parte de uma língua.
4 maléficas = maligno; que faz ou atrai o mal.
5 soberbo = aquele que possui arrogância; que tem orgulho excessivo.
6 recíproco = mútuo; que é de comum acordo; que implica troca ou permuta entre duas pessoas ou grupos.
7 arregimentar = alistar ou reunir em regimento; reunir, associar, em partido, sociedade ou bando.
Referências Bibliográficas
1. Bíblia de Estudo Almeida. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999 – Versão Revista e Atualizada.
2. Miniaurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira; coordenação de edição, Margarida dos Anjos, Marina Baird Ferreira: lexicografia, Margarida dos Anjos... [et al.]. 4 ed. rev. ampliada – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
3. A Bíblia Sagrada Versão Digital 6.0 – Marcelo Ribeiro de Oliveira, Julho/2006.

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